Com o "boom" de marcas lançadas de aromaterapia a todo instante, uma das preocupações dos consumidores e terapeutas que utilizam os óleos essenciais é com a sua qualidade, com toda razão!
E com isso, quando não se conhece direito a marca, uma das práticas comuns desses usuários é solicitar o laudo cromatográfico para as empresas que comercializam os óleos essenciais.
Nesse sentido, é interessante considerar alguns pontos, pois nem sempre apresentar uma cromatografia significa qualidade.
Para tal, enquanto empresa e marca de aromaterapia, na Aromalife a cromatografia faz parte do processo de curadoria, de escolha dos óleos essenciais antes de eles serem lançados. São os seguintes passos:
1. Ao decidirmos sobre o lançamento de um óleo essencial, solicitamos e recebemos amostras.
2. Ao receber uma amostra realizamos inicialmente uma análise física, ou seja, a chamada análise organoléptica, onde são analisados: cor, viscosidade/densidade, volatilidade e aroma. Se aprovada a amostra, é enviada ao nosso avaliador olfativo que analisará os mesmos quesitos, fora refração ótica, tempo de evaporação e uma detalhada e longa análise olfativa.
3. Caso o fornecedor envie uma cromatografia ele analisará sob os aspectos odoríferos e se estão condizentes com os constituintes informados na cromatografia. Se estiverem, essa cromatografia será a que registraremos em nossos arquivos. Às vezes a cromatografia vem com má qualidade ou informando apenas alguns marcadores principais. Nesse caso e quando não enviam, mandamos fazer uma outra análise cromatográfica em um laboratório especializado. Nesse caso o analista pode aprovar ou reprovar e aguardar a cromatografia e depois fazer algum comentário complementar se for o caso. Se aprovada a amostra e a cromatografia, fazemos a notificação junto à Anvisa e todo o restante.
Só fazemos uma nova cromatografia se as características do óleo essencial mudar gerando essa necessidade ou se mudamos de fornecedor ou se o fornecedor muda de fornecedor, porque especialmente os óleos importados são trazidos por distribuidores. Aqui no Brasil, caso o fornecedor seja o próprio produtor e caso ele seja certificado pelo IBD, eles são obrigados a fazer a cromatografia em todos os lotes. Não está previsto na legislação ou na Anvisa essa obrigatoriedade. Beatriz Yoshimura, que é a proprietária da Aromalife e aromaterapeuta diplomada no Tisserand Institute (Londres) também tem esse entendimento de que não há essa necessidade. Até porque o custo dessa análise e considerável e se fosse obrigatório os preços dos óleos teriam que ser razoavelmente aumentados.
Ter a cromatografia não significa necessariamente que o óleo seja de alta qualidade. Significa apenas que foi realizada uma cromatografia, que nada mais é do que a leitura dos constituintes do óleo essencial e não 100% deles, sendo que adulterantes e até pesticidas não são lidos por todos equipamentos. De forma bem simplista, a leitura da cromatografia se dá em 4 níveis no mínimo:
A. Equipamento. E existem diversos e de diversas sensibilidades, idealmente conjugados com um de espectometria de massa, que dá maior acuracidade. Adulterantes se forem não voláteis provavelmente não serão detectados.
B. Quem faz a leitura. De nada adianta a cromatografia sem alguém que faça sua leitura adequada. Que saiba comparar com cromarografias existentes e bases de dados confiáveis. A maioria da população não tem o que fazer com uma cromatografia, é como se fosse apenas uma certidão de nascimento, uma impressão digital, não significando suas qualidades.
C. Base de dados, bibliografia dos constituintes e da mesma forma, de adulterantes, pesticidas, etc.
D. Conhecimentos de química, porque hoje em dia se adultera muito com constituintes isolados sintéticos, ou seja, fica cada dia mais difícil identificar uma adulteração. Porém experts em cromatografia e em química conseguem identificar por critérios como rotação da molécula, por exemplo.