Reportagem da série do Jornal da Band sobre os cheiros da Amazônia mostra como óleos extraído de árvores curam e sustentam famílias
O poder medicinal das árvores da Floresta Amazônica é cobiçado no mundo todo. Todo esse tesouro movimenta mais de R$ 2 bilhões por ano. É o que mostra o segundo episódio da série especial do Jornal da Band sobre o bioma.
Se a Amazônia é a maior floresta de todas, logo, deslocar-se por ela não é tarefa simples. Nossa jornada parte de Manaus, rumo ao Porto de Itacoatiara, num percurso de cinco horas de carro. Em seguida, passamos mais duas horas de barco até a Reserva de Uatumã. Depois, uma caminhada na mata fechada.
O nosso guia se chama Vanderley. Ele faz parte da terceira geração de homens que conseguiram enxergar além dos troncos das árvores.
De algumas arvores, a gente sente o cheiro de longe, como o breu. Da copaíba também, quando tem muito óleo (Vanderley)
Aromaterapia
Especialista em manejo florestal, Louise Lauschner explicou que a Amazônia possui três óleos principais, a exemplo das resinas, dos vegetais e dos essenciais. O primeiro, ao ser extraído, já está pronto para o consumo, caso da copaíba. O segundo precisa pela usina de transformação. O terceiro se tornou popular nos últimos anos com o advento da “aromaterapia”.
Os óleos essenciais se tornaram populares nos últimos anos com o advento da aromaterapia. Desde 2018, o Sistema Único de Saúde (SUS) considera a prática de inalar óleos essenciais como uma terapia complementar aos tratamentos tradicionais oferecidos pela medicina. A técnica auxilia no controle das dores físicas e das questões emocionais.
Em 2022, o Brasil exportou cerca de 55 milhões de toneladas de óleos essenciais e movimentou R$ 2,1 bilhões. De uns anos para cá, as famílias da Reserva do Uatumã também descobriram o valor do cheiro da floresta.
Óleo de copaíba
No caso da copaíba, há séculos, os indígenas usam o óleo da árvore como anti-inflamatório. Em 2022, pesquisas iniciais da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto, vinculada à Universidade de São Paulo (USP), mostraram que a substância pode bloquear a produção das citocinas, proteínas que desencadeiam a inflamação.
Há cinco anos, a gente vendia a copaíba por R$ 5 o quilo. Hoje, com a forma manejada, a gente está vendendo a R$ 70 o quilo (Vanderley)